9 de maio de 2016

NOVA VENEZA/SC

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 CASAS DE PEDRAS em NOVA VENEZA / SC 
 Atmosfera italiana no sul catarinense 
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Uma das três Casas de Pedra da Família Bratti, em Nova Veneza/SC
FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung-fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Formado em Administração pela  Faculdade Borges de Mendonça
Escritor, Blogueiro e Diretor do Biblioram
Réplica da Gôndola Veneziana, na Praça
Central de Nova Veneza/SC
Poucas vezes em minha vida precisei de duas oportunidades para ingressar numa nova empreitada, porém com o passar do tempo fiquei mais preventivo, e se for para se incomodar é melhor mesmo abortar e começar de novo, e foi o que aconteceu. A primeira ocasião se deu numa sexta feira muito chuvosa desde as primeiras horas da madrugada, o que propiciou um início de manhã furioso no trânsito da Região da Grande Florianópolis, Estado de Santa Catarina (SC). Sim, isso é tão verdade que testemunhei o resultado de quatro acidentes entre veículos em apenas 45 quilômetros percorridos pelo trecho sul da Rodovia Federal BR-101. Esses ocorridos, aparentemente sem vítimas, somados ao meu excesso de cautela, contribuiu para minha lamentada desistência, pois demorar mais de duas horas e meia de tédio para cruzar os municípios de São José/SC e Paulo Lopes/SC, não há paciência humana que tolere. De metro em metro, ligando e desligando a ignição do carro, mal consegui chegar ao túnel do Morro Agudo, que antecede ao trevo de Garopaba/SC. A não ser que acontecesse um milagre repentino vindo das nuvens negras que escureceram esse amanhecer, estava escrito no negrume dessa névoa que a persistência daquela atmosfera sacana continuaria sem tréguas. Brincar de refém dentro de um automóvel, como um cachorro amarrado a sua casinha protetora, me deu prejuízo, obrigando-me a guiar no primeiro retorno de volta para casa, mesmo que nessa ida já passara pela praça de pedágio situada após a entrada da Pinheira e Guarda do Embaú. Já no bom aconchego da minha morada, na segurança e sossego de minha recatada biblioteca, coloquei em dia, fora as minisséries televisivas, todas as leituras de histórias em quadrinhos em PDFs acumuladas no HD do meu velho notebook. Horas depois, já conformado com a situação que me frustou, ao consultar as noticias mais atuais advindas da internet, vi que procedi corretamente, pois as principais cidades localizadas no Sul do nosso estado estavam sofrendo com enchentes, alagamentos e deslizamentos, inclusive o meu destino que fora planejado, e que agora revelo sem mais embromação: Seu nome é NOVA VENEZA. O indesejado adiamento foi necessário, pois como um colega de longa data dizia: Mer$$#$s acontecem. E se for para se enclausurar num quarto de hotel, observando os pingos d'água escorrerem pelo vidro da janela, prefiro me deitar no macio do sofá da minha modesta unidade de informação, na companhia de filmes, livros e revistas, e esse é meu porto seguro. Semanas se passaram até a segunda tentativa, e nisso faltava pouco menos de dez dias para o fim do mês de abril. Diferente do desapontamento anterior pela famosa estrada que leva ao sul, eu meio que perdera uma parcela da ansiedade, um vício que aos poucos venho exterminando. O clima estava diferente, com temperaturas atipicamente elevadas no litoral catarinense. E foi nesse ambiente de veraneio prolongado dando, quem sabe boas vindas ao que alguns chamam de 'veranico de maio', que o ar condicionado do carro ligado na 'baga' foi meu inseparável companheiro por todo esse compromisso. Finalmente, pisei pela primeira vez a esse lugar que respira a colonização italiana. 
Mais uma das três Casas de Pedras da família Bratti
Para alimentar o 'bla bla blá' deste, que ainda é um aprendiz de escritor, e que precisa encorpar uma matéria no intuito de deixá-la prazerosa, quero falar de uma abençoada ferramenta que me acostumei a usar, o GPS. Confesso que tenho me saído muito bem com ele, que tem me quebrado um baita 'galhão' por onde exploro, mas dessa vez não curti como de costume o fato do mesmo me colocar numa rota, mesmo sendo mais curta, entrando no município de Morro da Fumaça/SC, e confrontando um lento trânsito de Criciuma/SC, a principal cidade dessa região. De boa, faz parte do jogo, considerando que o passeio possa ser divertido e boas surpresas podem surgir, o que não aconteceu. Era um sábado, posterior ao feriado de Tiradentes, e enfim chegávamos a célebre Nova Veneza ainda antes do meio dia. Quero confiar como um fiel religioso diante de um símbolo de crença que, talvez pela proximidade da importante data comemorativa de um mártir da independência, não notei aberto nenhum bendito posto de informações turísticas pela ilustre cidade. Também me deparei numa área central com apenas um restaurante de portas abertas, que por sinal muito bem estruturado como poucos que entrei, onde almoçar custava mais de R$ 40,00 por pessoa. Aos olhos de alguns, o mencionado valor da refeição pode estar dentro ou fora de preços praticados, porém padrões financeiros dependem muito do ponto de vista e exigência de cada consumidor, e até do que está por ocorrer. Todavia, admito que nessa oportunidade tomar a atitude precipitada de querer economizar gerou em parte um arrependimento, e eis o motivo: A três quilômetros de distância descobri outro restaurante, muito modesto e demais frequentado naquele instante, que nesse início de tarde encalorada parecia atender apenas a uma comemoração de time de futebol, e o cardápio era carne assada com pão francês. Próximo dali, outro estabelecimento do gênero também demonstrando simplicidade em se tratando de preço e atendimento, que tinha um buffet caseiro limitado. Todavia, me dei conta somente após ter me servido, da grande quantidade moscas varejeiras que habitavam e sobrevoavam as mesas e cadeiras na varanda externa. Contudo, eu não questiono agora quanto custa um almoço, e sim minha indagação é: quanto custa R$ 40,00? Dependendo da situação, da lei de oferta e procura, da opções oferecidas, pode não significar nada, pois paguei R$ 10,00 e, pelo enorme receio de ter engolido algo que me adoentasse, saiu caro e comi muito pouco. Ainda bem que meu estômago não foi afetado.
Duas das três Casas de Pedras da Família Bratti
Voltando a encher a bola de Nova Veneza, ela "foi fundada por colonizadores italianos vindos de Bérgamo e Veneza [...], hoje 95% de seus habitantes são descendentes desse país". (WIKIPÉDIA, 2016). A pacata cidade é bem cuidada, com ruas limpas e apesar de atrair muitos curiosos de outras cidades e estados, estava quase deserta nesse final de semana. Ao contrário dos restaurantes, em cada duas quadras na principal rua do centro é fácil se deparar com vitrines irresistíveis de cafeterias e docerias. Detalhe: eu deveria ter almoçado doce com algum café cremoso, tipo capuccino, mas preferi comida salgada, e me arriscando a contrair algumas bactérias oriundas das moscas. Na área central, sem ironicamente falar tem até uma livraria, pois estabelecimentos desse gênero são raridades em qualquer cidade, inclusive em regiões metropolitanas. O ponto forte dessa minha passagem foi ter conhecido as famosas CASAS DE PEDRAS,  da Família Bratti (WIKIPÉDIA, 2016), que é um "Conjunto arquitetônico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Compreende 3 casas de pedras construídas pelos imigrantes italianos em 1891. Localizadas a 2,6 km do Centro, na Via do Imigrante (antiga estrada rural que liga Nova Veneza ao Distrito de Caravaggio). O trajeto pode ser feito de carro ou a pé, passando por paisagens rurais e matas nativas". (SANTA CATARINA, 2016). Para chegar lá não é complicado, apesar de um trecho da estrada de chão batido ser bastante mesclado com pedras que podem dificultar no primeiro quilômetro a locomoção de veículos com pouca tração. Após, é só apreciar a bela natureza campestre, sem contratempos, e sem mínima possibilidade de ficarem pelo caminho clamando por um reboque. Retornando ao centro, outra atração colada a igreja e que merece atenção, o pequeno Museu do Imigrante Cônego Miguel Giacca, pertencente ao antigo prédio da Prefeitura Municipal, "hoje abriga mobiliário, ferramentas e utensílios dos pioneiros colonizadores da região". (SANTA CATARINA, 2016). Porém, eu não poderia omitir, o que mais atrai curiosos é ainda a charmosa Gôndola veneziana (segunda imagem dessa matéria). Mesmo para aqueles, como eu, que já tiveram a emoção de navegar numa delas pelas ruas alagadas da enigmática Veneza, na Itália, essa réplica perfeita parece ser muito bem aprovada por todos que passaram pela cidade e nela já sentaram. "Vinda diretamente da cidade italiana coirmã, a embarcação fica ancorada no lago da Praça Humberto Bortoluzzi. É um dos 4 únicos exemplares fora da Itália e oferece ao visitante a possibilidade de tirar fotos e posar com o gondoleiro vestido a caráter". (SANTA CATARINA, 2016). 
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REFERÊNCIAS 
SANTA CATARINA : venha descobrir. Disponível em: http://turismo.sc.gov.br/cidade/nova-veneza/ . Acesso em: 26 abr. 2016.
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WIKIPÉDIA. Nova Veneza. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Veneza_(Santa_Catarina). Acesso em 28 abr. 2016.
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