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CAPÃO DA CANOA/RS No inverno, só se for de graça
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| A poucos metros dos geradores de energia eólica entre Xangri-lá e Capão da Canoa |
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung-fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura
Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC)
Formado em Administração pela
Faculdade Borges de Mendonça
Escritor, Blogueiro e Diretor do Biblioram
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| 6 graus celsius numa manhã fria de Capão da Canoa |
Após uma parada repentina para almoço em Laguna, no estado de Santa Catarina (SC), por volta das 16 horas da tarde chegávamos em CAPÃO DA CANOA, no maior estado da região sul do país, o Rio Grande do Sul (RS). Estávamos mais do que preparados para um frio do “cão”, segundo dias antes afirmou a previsão do tempo dos principais meios de comunicação catarinenses. Mas o que senti durante toda a viagem foi um calor fora do normal, não de veraneio é claro, mas nada típico e esperado para um início de julho. Nesse dia, o homem da previsão do tempo poderia ter perdido o emprego, mas em se tratando do clima gaúcho, que geralmente é imprevisível, tudo pode ser perdoável. Ao acessarmos a famosa Estrada do Mar, a Rodovia Estadual RS-389, que leva até os principais acessos do nosso destino, nos deparamos com vastos terrenos rurais com arvores portadoras de uma arquitetura própria invejável. "Capão da Canoa floreceu por volta de 1900 com o nome de Arroio da Pescaria, época em que os primeiros ranchos começaram a se agrupar à beira mar. O local abrigava, além de pescadores, também alguns aventureiros. Por vezes o local era visitado por tropeiros, fazendeiros e viajantes.
Mais tarde, por volta de 1920, começaram a chegar os primeiros veranistas oriundos da serra gaúcha e também de Porto Alegre. [...] Os maiores frequentadores eram os descendentes das colônias alemãs e italianas, por volta de 1940 a colônia israelita também começou a se fazer presente em bom número. O nome de Arroio da Pescaria, só começou a desaparecer na década de 40, quando alguns entendem que surgia a denominação Capão da Canoa" (MUNICÍPIO DE CAPÃO DA CANOA, 2015). Logo entramos num supermercado para fazer algumas comprinhas básicas para improvisar uma janta no hotel que disponibiliza uma pequena, porém bem equipada cozinha. A noite foi chegando, a temperatura começara a cair, e não precisou chegar até o dia seguinte para saber que um frio intenso chegaria. Ainda bem que não demitiram o homem da previsão do tempo, pois estariam cometendo uma grande injustiça. Se durante a viagem a temperatura variou entre 22 a 29 graus celsius, pelo incrível que possa parecer, nas primeiras horas do próximo nascer do sol os ponteiros dos termômetros desabaram drasticamente até a marca dos 5 graus.
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| A bela lagoa numa das fazendas de Capão da Canoa |
Sério! Um choque térmico imenso! Um ar fresco impiedoso, ajudado por um vento possante soprando a atmosfera gélida de um mar grosso e violento onde esse balneário esbarra. A areia da praia é de muita grossidão e escura, de longe aparentando ser uma água suja no fundo de um bule de café. Não foi fácil caminhar nas primeiras horas da manhã, com frio atravessando as barreiras da minha touca de lã e atingindo o interior das minhas orelhas. Conhecer esse balneário nessa manhã glacial, aconteceu quase que somente de dentro carro, pelo menos até encontrarmos os altos geradores de energia eólica, num acesso pelos fundos do posto da Polícia Rodoviária Federal, na mesma Estrada do Mar, na divisa com Xangri-lá. Nas proximidades, uma pequena lagoa com um trapiche de madeira, com difícil acesso em virtude das inúmeras quantidades de bostas de gado transformando o enorme pasto num campo minado de fezes e mau cheiro. Fora isso, sair para caminhar pelas ruas da cidade litorânea, foi algo que me arrependi profundamente, eu confesso. Para escapar da brisa frígida, pulei para dentro de uma grande livraria que, para minha imensa surpresa, trata todas revistas em quadrinhos com devido respeito, o que é uma coisa rara de se ver. De estabelecimento em estabelecimento, para me afugentar do ambiente das ruas, parei numa loja de móveis e quadros bastantes inovadores, pertencente a uma proprietária gaúcha.
Essa senhora que reclamou muito do Rio Grande do Sul, fez elogios demasiados ao estado catarinense a ponto de querer se mudar e adotar a bela Florianópolis/SC como cidade para morar pelo resto de sua vida. Para muita gente, o sotaque gaúcho, é forçado e enjoado até demais, numa opinião geral é enfadonho. Todavia, imaginem essa idosa nativa que acabara de conhecer, expressando nesse linguajar, somado a dezenas de suas reclamações, segundo ela, originadas pela irresponsabilidade corrupta dos governantes de seu estado, a quem atribui toda a enorme culpa pelo descaso social e econômico. Depois de um almoço improvisado com macarrão chato com atum acebolado e refrigerante de cola, outro passeio pelas redondezas barrentas e arenosas de Capão. Observando as casas de veraneio e seus jardins, sempre buscando idéias para plagiar e colocar em prática em meu habitat natural, a terrinha de São José/SC. O frio baixara um pouco a bola, mas a mesmo assim, continuava irritante causando calafrios. Só mesmo Biblioram iria a Capão da Canoa num inverno como este. Mas também, somente de graça como foi.
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REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DE CAPÃO DA CANOA. História de Capão da Canoa. Disponível em: http://www.capaodacanoa.rs.gov.br/site/home/pagina/id/62/?Historia-do-Municipio.html . Acesso em 17 jul. 2015.
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