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SAGA 2015 - PARTE 9
PARQUE IBIRAPUERA EM SÃO PAULO Museu Afro Brasil homenageia Cruz e Souza
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Belíssima pintura numa das grandes paredes do Parque Ibirapuera, na cidade de São Paulo/SP
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura
Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC)
Formado em Administração pela
Faculdade Borges de Mendonça
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| O grande lago do Parque Ibirapuera |
Finalmente, por volta das 15 horas da tarde avistávamos um horizonte de uma selva de pedra, e nos deparávamos no infinito tráfego de veículos da cidade mais populosa do Hemisfério Sul, SÃO PAULO, Capital (SP). Dessa vez não nos preocuparíamos na procura de boas hospedagens e nem gastos com tais, pois ficaríamos os dois próximos dias na aconchegante casa de conhecidos residentes quase na divisa com o outro importante município paulista, OSASCO/SP. Depois de bem recepcionados e posteriormente acomodados, já no início da noite fomos fazer algumas compras de ultima hora num grande e movimentado mercado da cidade osasquense. No caminho, já tive uma pequena demonstração do comportamento dos paulistas diante de um trânsito caótico. Presenciei uma cena lamentável logo no amplo estacionamento do estabelecimento de compras: uma mulher grosseira ofendendo, com palavrões de baixo calão, a filha aparentando no máximo dez de anos de idade. Palavras rudes que não posso aqui descrever. Tudo, pois a inocente menina deixara um aparelho de telefone celular cair no chão. Tipos de condutas como essas, que motivam crianças e adolescentes a crescerem revoltados, e o resultado nos próximos 5 a 10 anos muita gente até já sabe. Deixando essa realidade educacional de lado, após jantarmos pizzas com refrigerante de cola, dormimos bem nossa primeira noite. O dia seguinte amanheceu com um bom sol e poucas nuvens no céu. Infelizmente, contrariando nossos hábitos em períodos de sagas, só poderíamos colocar o carro para andar após as dez horas da manhã, e isso não esperávamos. Pois de acordo com o contemplado final da placa do nosso único veículo, nesse dia da semana todos os veículos portadores dessa identificação "não podem circular nas ruas e avenidas internas ao chamado mini-anel viário, das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas". (CET, 2015). Mesmo respeitando essa rígida regra - que por sinal, pouca divulgada aos viajantes pelas autoridades responsáveis -, e evitando os primeiros movimentados horários do período matutino, o tráfego de veículos automotores na cidade continuava muito intenso.
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| Uma das imagens curiosas do Museu Afro |
Isso somado ao nosso pobre conhecimento relacionado ao trânsito paulistano, complicou nossa locomoção por essa enorme metrópole. Só para ter noção, nosso ponto de origem era bem na divisa com o município vizinho de Osasco, e levamos um pouco mais de duas horas de estresse e desespero para chegarmos até o célebre bairro do IBIRAPUERA. Inacreditável? Uma coisa é certa: é muito complicado utilizar o GPS em São paulo, mas admito que com essa bendita ferramenta, nossas ações em território desconhecido foram bem facilitadas, pois pelo menos ficamos sabendo se erramos ou não algum acesso. Pior com GPS, horrível sem ele! Chegando no imenso Parque Ibirapuera, descobrimos que somente um dos diversos portões de acesso desse parque é utilizado para entrada de veículos visitantes. Num certo momento, deu uma vontade enorme de abandonar o carro e sair andando. Isso nos obrigou que déssemos algumas longas voltas nos quarteirões vizinhos e até acessarmos sem necessidade o Túnel Airton Senna, que passa por debaixo desse grande Parque. Pelo menos ao passar por isso, me senti como um piloto de Fórmula 1 transitando pelo famoso túnel de Mônaco, principado francês, onde nosso grandioso piloto campeão triunfou em muitas manhãs de domingo. Somente os portões 3 e 4 do Parque Ibirapuera são exclusivamente reservados para entrada de veículos forasteiros, e ainda esse espaço é devidamente coberto pela infame zona sul, e lá se vão r$ 5,00 a cada duas horas de permanência no local.
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| Homenagem a Cruz e Souza, poeta catarinense |
Todavia, em virtude da manhã nervosa, enfrentando todos os obstáculos nas horas anteriores, contestando impensadamente um trânsito de lúcifer e ofendendo essa famosa cidade que não tem culpa alguma de crescer desordenadamente, nem fiz questão de lamentar ainda mais. Minha ira e intolerância foi descarregada por meio de meu estresse explosivo nesse dia de fúria que faria questão - mas não posso - de esquecer tão cedo, o dia que gritei: 'São Paulo, cidade de m.$#%$$'. Para não perder o foco central do tema dessa postagem, enfim chegamos no grande Parque, e estávamos estacionados dentro dele. Sim, estávamos!! Que sonho!!! Consideramos como a primeira grandiosa vitória dessa manhã. Ergui a cabeça, agora é esquecer e curti, pois isso é o que ansiávamos. Um membro da nossa equipe, após tanto tempo aprisionado no carro, correu até o banheiro mais próximo para descarregar a bexiga, e peguei uma carona. Voltando ao que interessa, o nome "Ibirapuera significa “árvore apodrecida” em tupi-guarani e vem de uma aldeia indígena que ocupava essa região quando a área era alagadiça com solo de várzea" (PARQUE DO IBIRAPUERA, 2015). Ali, até em dias chuvosos os skatistas e patinadores colocam em prática suas habilidades em áreas cobertas, por meio de suas manobras radicais e muitas vezes arriscadas. E num dos espaços nessas proximidades está localizado o motivo da esperada visita, o MUSEU AFRO BRASIL "que conserva mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. [...] abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. [...] a instituição realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada". (MUSEU AFRO BRASIL, 2015). Entre a imensidão de obras - muitas até já esquecidas por mim, e por isso não estão nesse meu humilde relato - o que chama demais a atenção são:
a imagem acima de um homem afro-descendente, careca, se alimentando deliciosamente de uma planta, e lembranças marcantes que representam a valorosa cultura negra. O grandioso museu, pois assim deve ser chamado com honra e mérito, abriu salas importantes para reverenciar personalidades como Lima Barreto, Nilo Peçanha, Abdias Nascimento, Benjamim de Oliveira, Clementina de Jesus, Dorival Caymmi, Grande Otelo, Edson Arantes do Nascimento, o "Pelé", Manuel Francisco dos Santos, "o Mané Garrincha", e muitas outras celebridades marcantes do nosso Brasil. E não poderia faltar, para orgulho do Estado de Santa Catarina (SC), uma cabida e honrosa homenagem ao grande Cruz e Souza (ver imagem acima), "poeta catarinense, nascido em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis/SC, um dos patronos da Academia Catarinense de Letras". (WIKIPEDIA, 2015). Depois dessa satisfatória visitação, que poderia tranquilamente durar um dia inteiro ou até mais do que isso, tínhamos que retornar para nossa estadia amiga até as dezessete horas, em virtude do rigoroso horário de rodízio de veículos. O trânsito pouco mudara e tivemos novas dificuldades, porém num estado de espírito mais conformador. Após pararmos em alguns lugares para pedir informação, notamos que o próprios paulistanos são uns perdidos em meio a tanta movimentação de carros e caminhões. Todavia, de qualquer forma, apanhamos menos do que a ida, graças ao abençoado GPS.
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REFERÊNCIAS:
MUSEU AFRO BRASIL. Disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/o-museu. Acesso em 21 mai. 2015.
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WIKIPEDIA. Cruz e Souza. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_e_Sousa . Acesso em 21 mai. 2015.
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PARQUE DO IBIRAPUERA. Disponível em: http://www.parqueibirapuera.org/parque-ibirapuera/historia-mais-completa/. Acesso em 21 mai. 2015.
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CET Companhia de engenharia de tráfego. Rodízio Municipal. Disponível em: http://www.cetsp.com.br/consultas/rodizio-municipal/como-funciona.aspx. Acessi em 21 mai. 2015.
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