12 de janeiro de 2014

SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA/SC

         
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SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA/SC
Terra de Alemães, terra de presídio
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A pequena igreja matriz do município, com sua cúpula que lembra a Basílica de São Pedro, no Vaticano
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Formado em Administração pela  Faculdade Borges de Mendonça
Os últimos dias do ano de 2013 e início de 2014, ficaram marcados pelo começo de um rigoroso verão com temperaturas superiores a 38 graus, na Região da Grande Florianópolis, Estado de Santa Catarina (SC). O forte calor manteve as tradições dos últimos dois anos e só baixou um pouco a bola alguns dias depois, a partir de 3 de janeiro de 2014. Aproveitando essa pequena trégua de clima escaldante que obrigou muita gente a comprar um ar-condicionado, no dia 5 do mesmo mês com um clima mais agradável, o portal Biblioram abriu a temporada 2014 visitando a pequena e tranquila cidade de SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA/SC. Eu lembro quando esse município se emancipou politicamente de São José/SC, cidade dormitório de Florianópolis/SC, pois o famoso distrito de Barreiros, onde eu moro desde que nasci, também tentava se tornar independente da mesma cidade josefense que, entre as décadas de 70 a 90, foi muito mal regida por quem detinha o poder municipal. Insatisfeito pelo desprezo da prefeitura, Barreiros bem que tentou, e pelas minhas recordações foram duas tentativas de separação. Porém, o distrito nunca conseguiu se libertar das péssimas administrações, principalmente por parte da família de Germano Vieira, este prefeito de São José por diversas vezes e que pouco fez por Barreiros. Ao contrário, a pequena São Pedro de Alcântara conseguiu sua desejada emancipação em 1994, um ano de muitos acontecimentos importantes, e por isso tenho guardado na memória essa parte da história da nossa grande região. Foi em 1994, no ano do centenário do Instituto Estadual de Educação, na época o maior colégio público catarinense, ano em que completei o segundo grau de escolaridade. Meses antes, o Brasil conquistava, nas mãos do goleiro Taffarel e do pênalti muito mal cobrado pelo atacante italiano Roberto Baggio, o tetra-campeonato mundial de futebol nos Estados Unidos da América (EUA); o piloto brasileiro e tri-campeão mundial da Fórmula 1, Airton Senna da Silva, morria num acidente com sua Willians durante as primeiras voltas de uma corrida na Europa; e o drogado vocalista e mentor da banda americana Nirvana, Kurt Cobain, se suicidava com um tiro na cabeça, aos 27 anos de idade, em Seatle, nos EUA. E ainda no mesmo ano, durante o governo de Itamar Franco nascia o REAL, a nova moeda brasileira que até hoje está vigente. 
São Pedro de Alcântara tem sua grande importância histórica em Santa Catarina, pois trata-se da primeira colônia alemã do estado, e essa frase está orgulhosamente registrada no portal de entrada de divisa com São José (ver imagem ao lado esquerdo). Há poucos metros do centro, o asfalto da estreita rodovia estadual SC-281 dá lugar ao irritante e trepidante calçamento de paralelepípedo, o que é tradicional nesse tipo de cidade do interior. Só paramos bem depois do reinício da rodovia, já no fim do asfalto, num ponto onde há uma pequena gruta que homenageia e expõe uma modesta estátua de São Francisco de Assis. Sob ela, uma bica d'água onde refresquei minhas mãos por alguns segundos. Ficamos poucos minutos notando a diversidade em plantas e as grandes árvores desse local. Retornamos para área central até a belíssima Igreja Matriz, o principal ponto de visitação, que possui uma curiosa cúpula que lembra, em pequenas proporções, a Basílica de São Pedro, no Vaticano (primeira imagem central dessa matéria). Alguns anos atrás, eu lembro que as paredes externas dessa igreja demonstravam uma predominante pintura na cor rosa, atualmente ela demonstra uma cor bem diferente, parecendo ser cinza ou um verde claro, mas nada que afete sua beleza. Nos arredores há alguns túmulos que abrigam os restos mortais de alguns padres ou representantes da igreja, que provavelmente tiveram um passagem significativa pela cidade. 
A charmosa igreja que fica aberta aos domingos, e ao ser redor estão cuidadosamente preservados, ao contrário da Praça Leopoldo Francisco Kretzer que - semana atrás, foi tema do nosso quadro 'cidade abandonada' - e está tomada pelo mato e formigueiros, e isso é deprimente (ver imagem ao lado direito). Nem a decoração de natal ali esquecida ameniza o abandono apresentado. Mais lamentável ainda é um lugar tão pacato e pouco habitado possuir uma penitenciária de segurança máxima nas proximidades de um hospital com pacientes, em sua maioria, em estados terminais.
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