7 de março de 2014

ILHA DE PORTO BELO

         
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 A ILHA DE PORTO BELO 
 A única ilha particular do Brasil 
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Na embarcação, em direção a Ilha de Porto Belo, litoral de Santa Catarina
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Formado em Administração pela  Faculdade Borges de Mendonça
Sábado de Carnaval 2014. Não é surpresa para ninguém que odeio esse tipo de festividade. Seguindo a tradição dos anos anteriores, durante esse período, sempre me refugio fora de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina (SC). Arrumei a mala para visitar alguns parentes no Vale do Itajaí e, no embalo da estrada, avançar com a equipe Biblioram para uma aventura de conhecer as águas famosas de Doutor Pedrinho, município do Vale Europeu. Mas antes, por sugestão de alguns amigos, entramos no acesso para PORTO BELO/SC, cidade litorânea vizinha de Bombinhas/SC e distante 50 quilômetros de Floripa. O intuito foi conhecer a única ilha particular do nosso Brasil, a admirável ILHA DE PORTO BELO (ver imagem central dessa matéria). Pode soar de forma esquisita, no mínimo curiosa, pois como alguém pode ser dono de uma ilha? Como alguém pôde comprá-la? As autoridades ambientais permitem isso? Sim, isso é possível, e essa é a única ilha do nosso país que não pertence a marinha brasileira. Todavia, tudo tem explicação, e isso está bem detalhado em "vermelho" no final dessa matéria. Mesmo antes de entrar na cidade turística, já imaginávamos o seguinte: "Se o lugar é privado, logicamente tudo lá é cobrado". Exatamente! Mas, tratá-se de um lugar bastante preservado e muito bem estruturado, que acredito fazer jus a todas as taxas cobradas. E essas cobranças justas, ou não - cabe a cada um julgar -, já começam com um ingresso de R$ 15,00 (Quinze reais) por pessoa para navegar numa embarcação responsável por transportar os visitantes até lá. 
Antes de pisarmos na grande ilha, por mais uma quantia adicional, fomos levados para conhecer outras belas praias, entre elas a movimentada "Caixadaço" e a belíssima e tranquila "Estaleiro". A primeira, representada por um enorme estacionamento de embarcações de luxo que entopem os primeiros metros da praia. Um monte de pessoas esbanjando riqueza, em maioria mal-educadas dançando sobre um iate ou lancha, escutando músicas de péssimo gosto, e jogando latas de cervejas e energéticos no mar. A segunda possui uma faixa de areia bem reduzida, pouco visitada pelos banhistas, sendo assim um lugar excelente para mergulhar e abusar do repouso merecido. E foi nas águas cristalinas da Estaleiro que notei uma presença repentina próxima ao nosso barco: um jovem remando numa jangada bastante artesanal, parecendo ser feita de bambus (ver segunda imagem ao lado esquerdo). Depois disso, aí sim fomos deixados no trapiche de entrada da ilha. Não era tão cedo quando lá chegamos e o protetor solar já era necessário para proteger a pele do sol forte. Deveria ser umas 11 horas da manhã, e havia chegado poucos visitantes, e inicialmente estranhei muito isso. Nota-se que há muitas pessoas trabalhando no lugar que aparenta ser bem sinalizado e organizado, e isso precisa ser merecidamente registrado. Até nos banheiros, sempre limpos, você recebe um cumprimento como "bom dia" e "boa tarde" dos funcionários, uma galera gente boa que parece gostar do que faz. Visitamos o Ecomuseu e o Espaço Histórico Ilha de Porto Belo que apresenta peças arqueológicas e o Laboratório do Naturalista Carlos Nicolau Gofferjé. 
Depois, almoçamos num dos poucos restaurantes da ilha que servem peixes e frutos do mar deliciosos, porém com preços altíssimos, e isso pode ser uma boa explicação pela pouca presença de visitantes no horário matutino. Tivemos muita sorte em encontrar uma espécie enorme de barata (ver imagem acima, ao lado direito), porém, em se tratando de mobilidade, bem menos agitada e agressiva em relação aos insetos nojentos do nosso cotidiano, e isso me permitiu chegar bem pertinho dela. A ideia seguinte foi encarar a única trilha da ilha, e é preciso comprar um ingresso de R$ 10,00 (dez reais) que lhe dá direito a companhia de um guia, pelo menos para obter informações sobre a fauna e flora local. No ponto mais alto do caminho há um mirante de madeira que possui a vista panorâmica muito prejudicada pela alta vegetação ao redor. A trilha ecológica (foto acima, ao lado esquerdo) é muito curta e não possui alto grau de dificuldade, porém foi realizada pela nossa equipe num tempo de 1 hora e 5 minutos. Já passara das 14 horas, quando concluímos o percurso. A presença de banhistas, em sua maioria estrangeiros argentinos, quadruplicou nesse período. Após isso, só curtimos a bela praia e deixamos a grande ilha por volta das 16 horas. No continente, ficamos apreciando o comércio artesanal com sua grande variedade de produtos. Abaixo, conforme prometido, saiba um pouco mais sobre a Ilha de Porto Belo e a história completa de sua posse. As informações a seguir foram detalhadamente copiadas de um site referenciado no final dessa matéria.
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"Mapa manuscrito de 1777, arquivado na Fundação Biblioteca Nacional, sob o registro de “Plano Verdadeiro da Enseada das Garoupas”, aponta que neste período a ilha já era ocupada pelo Alferez José Francisco Rebello que a vendeu, em 1813, para o Sargento Manoel Duarte da Silveira. Nessa época, a ilha era conhecida como Ilha Bella das Garoupas. Outro documento, de lançamento das terras da ilha no Livro de Registro de Terras, a cargo dos vigários, foi feito em 21 de abril de 1856, pelo então proprietário, João da Cunha Bittencurt, que comprou a ilha em 1826, na cidade de Desterro (atual Florianópolis) por 600 mil réis. Oficialmente, a ilha tem o nome de João da Cunha, conforme Planta Hidrográfica da Enseada de Porto Belo, levantada e desenhada, em 1864, pelo Comandante D'Armada, Antônio Luiz Von Hoonholtz que, futuramente, se tornaria o Barão de Teffé, depois de participação vitoriosa na Guerra do Paraguai. O documento, que aponta a ilha com a denominação de “Ilha do João da Cunha”, faz parte do acervo do Arquivo Nacional. Na época, a pesca da baleia foi uma das atividades econômicas que impulsionou a Capitania de Santa Catarina. Era um monopólio real concedido pela Coroa Portuguesa a ricos comerciantes que, sobrecarregados de impostos pelo Erário Real – a administração fiscal portuguesa – arrematavam o direito de explorar a pesca e industrializar o produto por determinado prazo. João da Cunha Bittencurt construiu na ilha uma armação baleeira clandestina para retirar o óleo de baleia que era repassado a José Vieira Rebelo, responsável por sua industrialização e comercialização em Porto Belo. No povoado, o óleo era utilizado principalmente na iluminação pública e na construção civil como liga de argamassa. Décadas mais tarde, os herdeiros de João da Cunha Bittencurt venderam a ilha para João Eufrásio de Souza Clímaco, professor da comunidade de Araçá, comerciante e primeiro intendente do município de Porto Belo. Em 1953, Ernesto Stodieck Jr. e a esposa, Vera, adquiriram a ilha, já com o objetivo de transformá-la num recanto de lazer e preservação da natureza. Mas, foram seus netos, em 1994, que deram início ao projeto do empreendimento que, hoje, é um dos mais procurados destinos turísticos do litoral centro-norte de Santa Catarina".
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REFERÊNCIAS
Ilha de Porto Belo. Disponível em: <http://www.ilhadeportobelo.com.br/pt-br/#!historia>. Acesso em: 3 mar. 2014. 
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