23 de outubro de 2013

AS ÁGUAS DE ANGELINA/SC

          
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AS ÁGUAS DE ANGELINA/SC
Biblioram retornou após 2 décadas
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Na forte correnteza que escorre paralelamente a Rodovia Estadual SC-407
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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 POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura Oriental e Artes Marciais Chinesas
 
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Formado em Administração pela  Faculdade Borges de Mendonça
Fazia mais ou menos 23 anos desde minha primeira e ultima ida até então, a ANGELINA, município da Região da Grande Florianópolis, Estado de Santa Catarina (SC). Depois de tanto tempo distante desse lugar tranquilo, retornei até a pacata cidade, e honestamente constatei que demorei demais para isso. A grande verdade, mesmo que muita gente não concorde, e isso eu já estou acostumado e absorvo muito bem, a péssima localização geográfica do município não contribui para visitas inesperadas ou rotineiras. Pois ele, que é pouco habitado não é a caminho de nenhuma outra cidade e não está localizada nas rodovias de tráfego intenso, ou seja, se você foi, ou vai a Angelina, é por que teve um bom motivo para ir a Angelina, e não está visitando-a por apenas fazer parte da rota. Não existe aquela tal "paradinha" de descanso para mais tarde seguir viagem. Por outro lado, essa reclusão é o ponto positivo para quem busca descanso e reflexão, o que exatamente eu precisava por algumas horas. Utilizei o caminho mais frequente - o de mais fácil acesso -, entrando na rodovia estadual SC-407, após a entrada de RANCHO QUEIMADO, outro pacato município, as margens da rodovia federal BR-282, que foi recém reformada e entupidas com radares de controle de velocidade máxima. Também é possível acessar a SC-407 pelo município de São Pedro de Alcântara, a primeira colônia alemã do estado catarinense, que apesar do trajeto ser mais curto, o percurso se torna muito mais demorado. Entrando em Rancho Queimado, onde durante o rigoroso inverno desse ano nevou para caramba, conduzi meu veículo com muita cautela, no máximo em 4ª marcha, após inúmeras curvas, numa pista onde não é aconselhável dirigir com pressa, senão o veículo pode invadir algum barranco ou plantação. 
Chegando no esperado destino, estacionei na bem cuidada Praça Nicolau Kretzer, ali mesmo na conhecida ‘Rua da Gruta de Nossa Senhora de Lourdes’. Nessa praça há um simples chafariz numa pequena piscina artificial que tem até alguns peixes e girinos. De repente, olhei ao redor. Após duas décadas tudo inalterado, o cenário quase 100% o mesmo, típico de das cidades históricas do interior. Uma breve passagem na pequena e bem preservada Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição que recebia dezenas de fiéis em seu horário de missa. Segui, após a abordagem de duas simpáticas senhoras, bem perto do portal da curta trilha de concreto que leva até a GRUTA. As idosas queiram me vender uma rifa com o objetivo de arrecadar fundos para a uma festa religiosa de final de ano. Após isso, subi em direção a Gruta e o pequeno cemitério, atrás da antiga igreja. É o início de um trecho protegido pela vegetação, e nos faz respirar bem melhor. No final, é impossível não notar as centenas de placas de todos os tipos – madeira, metal, em maior número de mármore - com mensagens de gratidão e saudades (imagem ao lado direito). Essa é a reta final, um corredor de pedras, sem saída e forrado nas laterais pelos galhos das árvores que levam todos os religiosos e curiosos até a imagem da Nossa senhora de Lourdes. A imagem da Santa é separada por uma espécie de grade de ferro que impede as pessoas de chegarem muito próximo dela (ver ultima imagem dessa matéria). A estátua fica entre as águas de um pequena cachoeira. Retornei ao centro por uma trilha paralela de barro, num acesso que também leva a uma pequena rede de tratamento da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (CASAN). Se não tiver cautela, os escorregões podem ser inevitáveis. Bambuzais é o que não faltam, mas nenhuma muda pode ser arrancada, e isso é alertado por placas. 
Dali, conduzi meu veículo até a Barragem do Garcia - situada num lugar muito bonito - (imagem ao lado esquerdo), mais ou menos uns 4 quilômetros do centrinho, incluindo um pequeno trecho de estrada de chão. Como em muitos lugares que já fui, catei duas pedras nesse caminho que leva até a represa. Essas pedras que hoje já fazem parte do jardim da minha residência. Pouco tempo fiquei, e retornei ao centro para almoçar no restaurante do salão paroquial, bem ali de frente para praça. Você paga R$ 15,00 (quinze reais) e consome o quanto quiser com direito a sobremesa, cafezinho e, ainda, é muito bem atendido pelos simpáticos religiosos que trabalham voluntariamente, segundo eles. Quando senti a indisposição pós-almoço, aquela "lomba" tradicional de início da tarde, decidi ir embora. Todavia, mesmo com a pressão baixa, antes de me despedir da bela e modesta cidade, parei para registrar de um mirante de madeira, uma das mais belas correntezas do município, que acompanha paralelamente, por um bom trecho da Rodovia SC-407. Para ter noção da beleza das águas e do capricho da natureza  (ver primeira imagem central dessa postagem), não deixe de assistir o pequeno vídeo, de autoria do nosso portal, no final dessa matéria. Abaixo, mais informações sobre a Gruta de Angelina, que foram detalhadamente copiadas de um site referenciado no logo após o mencionado vídeo. 
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“A Gruta de Angelina foi um presente de Frei Zeno Wallbroehl OFM. Frei Zeno(1866-1925), missionário franciscano em suas andanças pelo sul do país, certa vez acometido de uma doença grave que o levou a beira da morte. Com muita fé, bebia da água da gruta de Lourdes(França), que visitara. Fizera a promessa de construir uma gruta a Nossa Senhora se ela lhe devolvesse a saúde. Numa noite febril, viu, em sonho, um local muito lindo, apropriado para a uma bela gruta à Virgem Mãe de Deus. Já com a saúde restabelecida, com ardor muito grande pôs-se a procura deste lugar nas cercanias de Angelina. Penetrou na mata virgem atrás da Igreja paroquial. Depois de árdua subida, Frei Zeno exclama entusiasmado: ‘É aqui! Este é o lugar que eu vi no sonho!’ A sua frente, entre paredes de rocha estendia-se um corredor largo e longo, terminando num paredão com 12 metros de altura por onde descia uma rumorosa cascata. Agradecido pela cura e alimentado pela fé o sacerdote franciscano escreveu a Alemanha encomendando um imagem da Imaculada Conceição igual a de Lourdes, com 1,95m. Conta-se que a senhora sua mãe fez a doação. Transportada para o Brasil logo após a virada do século XIX, desembarca no porto de Desterro de onde veio para Angelina, em carro de boi. Na tarde de 15 de agosto de 1907, uma procissão com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes subiu o morro, para ali proceder-se a benção da gruta, entronizando nela a bela imagem. No dia 06 de fevereiro de 1988 o Arcebispo Metropolitano, Dom Afonso Niehus, instituiu na Igreja Matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Angelina e em sua gruta anexa como Santuário Nossa Senhora de Angelina”.

ASSISTA O VÍDEO "ÁGUAS DE ANGELINA
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REFERÊNCIAS:
SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE ANGELINA. Disponivel em: http://www.santuarioangelina.com.br/pagina.php?pg=a-gruta. Acesso em: 14 out. 2013.
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