15 de março de 2012

O BRASIL não começa no CHUÍ/RS, e sim, no URUGUAI


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DEIXANDO O URUGUAI e E
NTRANDO NO BRASIL
O BRASIL não começa no CHUÍ/RS, e sim, no URUGUAI
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IMAGENS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nas imagens para melhor visualizá-las..POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Bacharel em Biblioteconomia da UFSC

Formado em Administração
Quando falei em uma das matérias abordadas durante nossa saga “descobrindo o uruguai”, que Brasil e Uruguai são 2 países dos mais vagabundos que existem, não foi à toa. Posso falar com propriedade, por que vivi esse sentimento de ódio e decepção quando entrei e saí de ambos territórios. O que aconteceu na entrada por Jaguarão, no estado do Rio Grande do Sul (RS) e Rio Branco, no Uruguai, confirma como essas nações sulamericanas não fiscalizam como deveriam suas fronteiras. Ao chegar até o Chuí/RS, e onde todos pensam que o Brasil nasce ali (conforme imagem ao lado), tudo se repetiu. Nada de orientação e nenhuma barreira policial, apenas a nossa honestidade em se apresentar e querer fazer a coisa correta. Podíamos muito bem voltarmos para nossa terrinha firme, São José/SC, sem nenhuma comprovação de saída por parte dos uruguaios. Uns três quilômetros antes de atravessar a divisa diminui a velocidade do veículo para 45 quilômetros por horas para tentar avistar algum posto ou barreira para conseguirmos nossos carimbos de saída do país hermano. Nenhum placa de orientação surgiu, e nada apareceu. Passamos pela fronteira, chegamos até o Chuí e ... "Epa!! estávamos no Brasil ... mas eu estava no Uruguai e não parei em lugar nenhum... que barbada ... que moleza". Já em território brasileiro, avistei um posto da Polícia Rodoviária Federal de nosso país, onde podíamos perfeitamente ter passado direto. Como nossa equipe tem consciência em fazer a coisa certa, e também pois queríamos conhecer como funciona essas fronteiras, resolvi estacionar nesse posto e pedir informação. Desembarquei do carro e caminhei até a recepção, com minhas mãos segurando nossos documentos de identidade, a carta verde do carro, e os comprovantes de entrada que obtive em Jaguarão/RS. Encontrei um policial federal e expliquei que não havíamos encontrado nenhuma vistoria nos últimos quilômetros. Ele me explicou que o comprovante de saída é dado pelo país vizinho há 4 quilômetros atrás na alfândega uruguaia, mas que não tínhamos obrigação de retornamos, pois já estávamos no Brasil. Se temos obrigação ou não, isso não importou, pois, repito, queríamos fazer a coisa correta. E lá fomos nós, voltando para o Uruguai e tentarmos encontrar a bendita Aduanda Uruguaia. E o pior, que lá estava ela, quietinha, modesta, sem nenhuma sinalização, parecia um kiosque abandonado nos primeiros metros da Rota 9. Estacionamos e adentramos no escritório do posto e solicitamos nossas saídas do país. Tudo foi rápido. Mostramos os documentos, recebemos os comprovantes carimbados, e ainda um funcionário desse lugar me perguntou: "senhor Ramadan, o senhor gostou do nosso país?". Falei que "SIM", mas deu vontade de dizer que "gostei muito, principalmente das fronteiras". Mas foi melhor não ter dito nada, pois minha intenção era entender como funcionava toda essa porcaria. E em seguida, entramos no carro, fizemos o retorno, voltamos para o Chuí, e novamente em solo brasileiro. Aproveitamos para passar no Free Shop, pois todo mundo diz que tem um monte de produtos com custos baixíssimos. Tudo mentira! Na verdade, o Free Shop do Chuí, é uma espécie de comércio bem inferior de Ciudad Del leste do Paraguai. Não conseguimos comprar nada, pois tudo estava muito caro, e para ser bem sincero, mais caro ainda que em território Uruguaio. Que enganação! O mais engraçado, que ao passarmos pelo mesmo posto da policia rodoviária federal que, em nossa primeira entrada, nos orientou, sem obrigação, a voltarmos para a Aduanda uruguaia comprovarmos nossas saídas do país hermano, dessa vez um policial pediu para eu parasse, pois o veículo seria revistado. Imediatamente, acionei a destrava do capô traseiro, e saí do carro. O homem da lei ficou olhando apenas para minha placa. Perguntei a ele: “Olá, queres que eu abra o porta-mala?”. Ele respondeu: “Não. não. senhor. Não há necessidade. Pode seguir em frente”. Deu vontade mandar ele para PQP e ainda TNC. Muito ódio e decepção eu senti naquele momento, pois se for fazer média que faça na fábrica da Coca-Cola. Poderia passar uma escola de samba, um elefante, uma tartaruga gigante, um dinossauro, ou até um grupo de pessoas sem roupas que os responsáveis de ambas fronteiras deixariam passar. É gente, o Brasil não começa no Chuí, e sim, no Uruguai.
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Um comentário:

Luciana Stábile Monteblanco disse...

Com relação a supervisão das aduanas tens toda razão, são péssimas as duas. Mas só corrigindo, os Free Shops ficam em território uruguaio, ou seja, no Chuy- Uruguay. A línea divisória que separa o Chuí-Brasil do Chuy-Uruguay é aquela que fica na Avenida Central, que finaliza em dois marcos divisórios, um a cada lado, à alguns kilômetros dali do centro das duas cidades.
Eu sou de lá, do Chuy-Uruguay, morei lá durante 22 anos e minha família ainda mora lá, e posso te garantir, o Brasil começa mesmo no Chuí-Brasil e não no Uruguay. As coisas são bem diferentes nos dois municípios em vários sentidos, cultural, político, econômico e social. Talvez uma das poucas coisas que os dois municípios possuem em comum, seja mesmo, o péssimo funcionamento e supervisão de suas fronteiras, às quais só prestam o mínimo de atenção durante o período dezembro-fevereiro, e olhe lá.

Abraço!