. DESCOBRINDO O URUGUAI: PARTE 2 Em terras estrangeiras e o relaxamento nas fronteiras .
IMAGENS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nas imagens para melhor visualizá-las. . POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA Bacharel em Biblioteconomia da UFSC Formado em Administração
Antes de encarar a fronteira, era necessário estarmos bem fisicamente e descansados, pois seria quase mais um longo dia de viagem por rodovias uruguaias. Dormimos em Jaguarão/RS, acordamos cedinho e caminhamos rapidamente por essa histórica cidade e fomos na agência bancária sacar mais dinheiro brasileiro, pois precisávamos comprar os pesos uruguaios após atravessar a ponte. Em seguida, enchemos o tanque do carro, pois a gasolina em solo brasileiro, apesar da péssima qualidade, é bem mais barata que a uruguaia. Atravessamos a bela ponte que divide ambos países, e já na pacata cidade de Rio Branco no Uruguai, estacionamos o carro ainda com poucos metros percorridos em terra estrangeira. Entrei num banco de câmbio para comprar a moeda uruguaia. O atendente era brasileiro. 4 quilômetros adiante paramos na alfândega para apresentarmos a carta verde do veículo e regularizarmos nossa entrada no país hermano. Assim, fizemos isso pois queríamos agir de forma correta, pois tanto no lado brasileiro quanto uruguaio, não encontramos barreira alguma impedindo nossa entrada. Notamos dezenas de veículos entrando e saindo naquele local sem serem abordados, revistados ou, pelo menos, orientados a se apresentar na alfândega. Nossa equipe acabara de presenciar os prováveis motivos de tantos criminosos e veículos furtados não encontrados até hoje. Sem falar nas drogas, armas e produtos ilegais que em muitas oportunidades são apreendidas já em território brasileiro. Depois dos extorsivos pedágios cobrados nas rodovias de ambos países sulamericanos, esse seria o segundo motivo, que posso afirmar sem hesitação, que tanto Brasil como Uruguai, são 2 países dos mais vagabundos que existem. A falta da ação dos órgãos que trabalham nas fronteiras, e principalmente, policiais federais contribuem com esse problema. Depois de termos nossos comprovantes de entradas carimbados pela alfândega, uma discografia completa da banda brasileira Legião Urbana imperava no som do carro e, assim prosseguiu no próximos 640 quilômetros que nos distanciava da cidade histórica de COLÔNIA DO SACRAMENTO. No decorrer desse trajeto, nota-se que o Uruguai possui estradas em excelentes condições e bem sinalizadas, infinitamente melhores que as rodovias brasileiras que apresentam ondulações, buracos e sinalização precária. Dá gosto de dirigir. Além disso, é percebido que a economia hermana é muito forte movida pela agricultura e pecuária. Ao contrário do Brasil, onde é observado florestas nas encostas das rodovias, nas estradas uruguaias o que se vê são campos e mais campos, com plantações e criações de bovinos, e as metrópoles são poucas, como Montevideu. Vamos dizer, que por onde passamos, é um país sem o verde das árvores. O legal das rodovias daquele país é que elas cortam a maioria dos municípios, o que nos obriga a conhecer muitas cidades pequenas. Enquanto no Brasil, muitas estradas passam por fora das cidades, e acabamos por não conhecê-las. Paramos em cidades pequenas como TREINTA Y TRÊS, Piraraja, Minas e San José. Por onde passávamos percebíamos nos olhares dos nativos que éramos as atrações. Vimos alguns animais cruzando a rodovia, entre eles sapos, lagartos e até um jabuti. Também atropelei um rato após tentar desviar desse pobre animal. Em Treinta y Três paramos na Polícia Rodoviária para pedir informação, e em PIRARAJA, paramos numa pequena e humilde comunidade pela mesma necessidade, pois achei que estávamos perdidos. Na verdade, deixamos de seguir por uma rota menos curta que nos economizaria uns 30 quilômetros de distância, aproximadamente uns 50 minutos na estrada. Encontramos uma pequena biblioteca (conforme imagem ao lado esquerdo) com bibliotecárias simpatissíssimas, porém que não entendiam nada perguntado por mim, o que foi hilário. Todavia, foi nessa unidade de informação que conheci uma frequentadora argentina que entendia e se expressava muito bem em português, e nos proporcionou uma boa orientação de como poderíamos prosseguir nessa aventura. Segue um conselho que vem me ajudando muito: "se precisares de algo, não hesite, procure uma BIBLIOTECA. De alguma forma ela te ajudará". Quilômetros depois, abasteci o carro com apenas 10 litros de gasolina estrangeira, para não correr o risco do motor não se adaptar. O que acontece, e eu desconhecia, é ao abastecermos o veículo com a gasolina uruguaia, o painel do veículo demora a reconhecer o combustível somente após 10 a 15 quilômetros percorridos. Quando dei partida no carro, e percebi que o ponteiro não se mexera, quase voltei para reclamar com o frentista do posto, mas como estava em país estrangeiro achei melhor seguir viagem e não arranjar nenhuma confusão , e ainda bem que não fiz essa presepada. Não quero nem imaginar qual seria a reação deles sendo acusados por um estrangeiro. Já era quase 13 horas, quando passamos por dentro de MINAS, outra pequena cidade. Encontramos um grande parque com muitas árvores (ver imagem abaixo ao lado direito) com diversões aquáticas e um desativado zoológico de aves e caprinos. Ali perto, um restaurante nada limpo, e com algumas moscas nas mesas. Nos serviram um almoço com um bife a milanesa, ou melhor, uma milanesa com bife acompanhado de batatas fritas excessivamente engorduradas. Prezado leitor, me corrigi em relação ao bife, pois a espessura da cobertura de 'milanesa' era 10 vezes mais grossa que a carne, que parecia uma finíssima fatia de presunto. Acho que dá para terem uma noção do que estou dizendo. Em resumo, essa refeição nada saudável foi uma bomba de colesterol lançada no estômago num dia que tenha sido o mais quente, eu acredito, de toda essa trajetória. Mais adiante, já passando um pouco das 17 horas, por ironia do destino, por ser natural de São José/SC, já estávamos em SAN JOSÉ. O calor ainda era intenso, minhas costas doíam muito, e paramos numa grande e bonita praça que naquele horário proporcionou várias sombras. Também, haviam balanços para as crianças brincarem. Saí do carro com dificuldades, com o corpo torto, mas que aos poucos voltara ao normal. Era só a falta de esticar o corpo que durante a viagem fica muito tempo flexionado. Ali, descansei deitado por uns 15 minutos num de seus poucos bancos de concreto que não estavam sujos com fezes de pombos. Nas proximidades, estavam deitados também dois indivíduos bêbados tomando uma cerveja atrás da outra. Pensei comigo: "o que esses caras pensam do futuro?" Logo em frente, um hospital, onde bebi água gelada e tive acesso a um banheiro sem papel higiênico, além do ar condicionado que pude desfrutar por alguns minutos. Antes de entrarmos na estrada novamente, nossa equipe comeu uns sanduíches com suco de laranja, e após limpamos a caixa térmica e demos uma organizada no interior do carro. Essa foi a ultima parada até a Colônia do Sacramento, que será o tema da próxima matéria. depois foi só seguir em direção ao estado Canelones. NÃO DEIXE DE ACOMPANHAR o Biblioram, pois nos próximos dias será postada a continuação dessa aventura. . CLIQUE nessas logomarcas e seja MAIS um SEGUIDOR BiblioramPARCEIROS BIBLIORAM: Ajude a DIVULGAR o Biblioram. A HTML segue abaixo. É só copiar e colar.. . Seu COMENTÁRIO é muito importante. CLIQUE abaixo e dê sua opinião. . |
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