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AS ÁGUAS DE DOUTOR PEDRINHO/SC Tem cachoeiras a dar com pau
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Próximo da queda d'água, no alto da Cachoeira do Paulista, no Município de Doutor Pedrinho/SC
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FOTOS DE KHEILA AMORIM ESPINDOLA. Clique nelas para melhor visualizá-las.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
Professor de Kung fu/Wushu Shaolin do Norte da Associação Hasse de Cultura
Oriental e Artes Marciais
Bacharel em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC)
Formado em Administração pela
Faculdade Borges de Mendonça
Após visitarmos o comércio artesanal de Porto Belo, cidade litorânea do Estado de Santa Catarina (SC), e abastecer o tanque do carro, a equipe Biblioram deixou a receptiva cidade por volta das 17 horas. Entramos na estrada da morte, a Rodovia Federal BR-101 em direção a Região do Vale do Itajaí. Após atravessarmos o túnel que divide as cidades balneárias de Itapema/SC e Balneário Camboriú/SC, um acidente entre dois automóveis parou o trânsito no sentido contrário. A princípio sem muita gravidade, o sentido norte-sul da estrada acumulou uma fila de veículos de pelo menos 10 quilômetros de extensão, ou seja, quando quase chegamos no acesso ao trevo de Navegantes/SC, que o longo congestionamento começara a andar muito lentamente. Pelo trevo, acessamos a perigosíssima Rodovia BR-470, a mesma que espera por décadas para ser duplicada pelo governo federal, em direção ao nosso ultimo ponto de parada do dia, Indaial/SC, cidade vizinha a Blumenau/SC, e um dos lugares que durante o verão registram as temperaturas mais elevadas do Brasil. Passamos a noite na recém-casa de um amigo de longa data, residente há anos nesse município, num bairro situado a poucos quilômetros do centro. Após uma noite muito mal-dormida em virtude dos barulhos, gritarias e histerias tradicionais de períodos carnavalescos - não adianta fugir, todo lugar tem isso, e Indaial não ia ser diferente -, no dia seguinte acordamos cedo. Passando um pouquinho das 8 horas, ainda com o rosto inchado da insônia, nossos pontuais guias já batiam em nossa porta, para que pudéssemos seguir até a pacata cidade de DOUTOR PEDRINHO/SC, um município pequeno e, segundo alguns de seus nativos, com uma população inferior a 4 mil habitantes. Pequeno em população, rico em tranquilidade e belezas naturais a disposição de todos. A primeira grande atração - na minha opinião é a principal - foi encontrar a surpreendente CACHOEIRA DO PAULISTA (conforme imagens acima), localizada no bairro que possui mesmo nome dessa obra-prima da natureza. O magnífico ponto turístico assemelha-se com a extraordinária Cascata Caracol de Canela, no Estado do Rio Grande do Sul (RS) visitada pelo nosso blog no final de 2013. Logicamente, a Cachoeira gaúcha possui uma queda d'água mais agressiva, e é bem mais alta que essa de Doutor Pedrinho.
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Quando lá chegamos, já havia carros estacionados e a presença de dezenas de praticantes de Rappel, integrantes de um conhecido grupo de ecoturismo, e com quem trocamos algumas informações importantes. Alguns, corajosamente e bem equipados para prática desse desafiador esporte, já descendo seguramente pelas suas cordas e dividindo espaço com a queda d'água. Para obter melhores ângulos e, por que não registrar imagens com mais proximidade, ingressamos numa trilha que conduz até onde a cascata atingi o rio (conforme imagem ao lado direito). Um percurso curto, porém casca-grossa para caramba, com duração de no máximo 15 minutos, que começa com uma pequena escadaria construída de tijolos a vista e bastante empinada e escorregadia. Nos primeiros 10 metros, ao olhar para meu lado direito, um paredão quase na forma de túnel, onde é possível até se abrigar caso chovesse. Imaginem um surfista surfando um "tubo" numa onda de pedra, e essa é a sensacional sensação de quem está em seu interior (ver imagem abaixo, lado esquerdo). É preciso ser excessivamente cauteloso para descer o restante do arriscado caminho até onde as águas da Paulista atingem as pedras lá embaixo. Trata-se de uma descida perigosa, ingrime demais, com incontáveis raízes expostas das árvores, trechos irregulares e excessivamente lameados e escorregadios, ou seja, propícios a escorregões e tombos e, se nada grave acontecer, sujeito a muitas gargalhadas e tiração de sarro ao concluí-la. Segue um conselho de amigo: "nunca vá sozinho". Mas conseguimos cumprir esse primeiro estágio de visitação, mesmo com as pernas atoladas de barro úmido e roupas molhadas pela chuva fina que as duas quedas d'águas costumam produzir. O retorno pela trilha é ainda mais complicado, é preciso se engatinhar em diversos pontos para não cair de costas, e isso proporciona muita lama não só nas pernas como também nos braços. Com essa etapa inicial cumprida, nos limpamos na própria água do rio sobre a cachoeira.
Apenas um registro: Ao fazer isso, um dos nossos integrantes mais espertos deixou a correnteza levar uma de suas sandálias que foi parar lá embaixo no rio, exatamente onde minutos atrás passamos toda a trabalheira para descer e subir. Nem sofrendo uma camaçada de arrame farpado das piores, que desceríamos novamente aquela maldita trilha apenas para buscar um infame chinelo de tiras. Logo depois, limpos, já descansados e realizados pelas boas imagens que registramos, entramos no carro para cumprir outras partes do nosso roteiro. Como a maravilhosa Paulista era nosso objetivo mais distante do dia, retornamos pelo caminho de ida, a procura do Santuário Ecológico Nossa Senhora de Fátima. Lá, em meio vegetação bem preservada, também possui a maior gruta santuária que meus olhos já viram até então, e que também pode ser destacada uma bela cascata servindo de cortina em frente dela (ver imagem panorâmica abaixo). Depois desse encontro migramos até as proximidades do município de Benedito Novo/SC, o qual Doutor Pedrinho pertencia antes de sua emancipação política, ocorrida no final da década de 80. Nessa divisão territorial, também há outras beldades em águas que cortam grande parte de ambas as cidades. A Cachoeira do Salto Donner é uma grande atração e muito procurada pelos visitantes (ultima foto dessa postagem). Todavia, dessa vez ela não estava tão cheia como de costume. Uma pena? Nem tanto! Isso depende do ponto de vista de cada um que ali já esteve. Pois, presenciar ela "quase seca" diante dos nossos olhos foi algo raro e esplendido.
Ela é bastante bonita, pois seu paredão de pedras, normalmente escondido dá o ar da graça e nos presenteia com uma imagem sensacional. Abaixo, saiba mais sobre o município de Doutor Pedrinho. As informações a seguir foram detalhadamente copiadas de um site referenciado no final dessa matéria. Após a leitura não esqueçam de assistir o vídeo de autoria de nosso portal que mostra com mais detalhes as "As águas de Doutor Pedrinho".
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"Entre os anos de 1910 a 1920, nas terras que fazem parte do vale do rio Benedito Novo, existia uma pequena fazenda pertencente a Fritz Donner, pioneiro da colônia Benedito - Timbó, localidade que até hoje conserva o nome, ou seja, "Salto Donner".
Por essas terras passaram três jovens sertanistas, Germano Rigo, Natal Notari e Fausto Noriller, os quais orientados pelo velho pioneiro, começaram a subir o rio Benedito Novo e seus afluentes, chegando a barra do rio Forcação.
Esta época marca o início da colonização por colonos vindos de Rodeio, Nova Trento, Luiz Alves e outras localidades. A exploração das principais terras coube a Companhia Longo e Bona. Em 23 de dezembro de 1948, através da Lei Estadual nº 248, no governo de Aderbal Ramos da Silva, o então Presidente da Assembleia Legislativa do Estado, no exercício do cargo de Governador do Estado de Santa Catarina, José Boabaid, a região passa à categoria de distrito com o nome de Doutor Pedrinho, homenagem ao pai do Governador Aderbal Ramos da Silva. Pela Lei Promulgada Estadual nº 1.101, de 04 de janeiro de 1988, era finalmente criado o município de Doutor Pedrinho, desmembrado do município de Benedito Novo, sendo instalado efetivamente em 01 de junho de 1989".
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