12 de março de 2011

Biblioram e os CANYONS de Praia Grande



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BIBLIORAM NO ITAIMBEZINHO,
CANYON SELVAGEM DE PRAIA GRANDE/SC
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Imagens de Kheila Amorim Espindola e Ramadan Pereira Espindola.
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POR RAMADAN PEREIRA ESPINDOLA
O carnaval não me agrada mais, e Florianópolis/SC é o pior lugar para se passar nessa época do ano. Nada como um feriado para espantar com quem mora nessa região. É isso mesmo! Dessa vez, não quis ver as pessoas incomodando os vizinhos e se embebedando nas ruas, e ainda, fingindo ser o que não são nos dias normais. Fugi de São José/SC por 3 dias, e não me arrependi, para buscar um objetivo que já estava sendo prorrogado por alguns anos. Partir em direção aos selvagens Canyons do município de Praia Grande, na fronteira catarinense com o Estado do Rio Grande do Sul. De São José até Praia Grande, trafegando pela Br 101, são 280 quilômetros de distância. A equipe Biblioram saiu no horário planejado, as 7 horas da manhã do dia 6, para evitarmos congestionamentos, e, consequentemente, a viagem foi bastante tranquila. Já estava preparado ao chegar em Praia Grande e não conseguir estadia. Por isso, para não correr o risco de ficar sem lugar para dormir, a idéia era se hospedar na cidadezinha vizinha de São João do Sul, 15 quilômetros antes de Praia Grande. O plano foi por água abaixo, pois, não encontramos hotéis e nem pousadas abertas nesse município. O jeito foi partir em direção ao nosso objetivo, a cidade catarinense dos canyons, onde 99% das hospedagens estavam ocupadas. Chegamos lá um pouco antes das 11 horas da manhã, mas conseguimos um bom lugar para ficarmos. Deixamos a bagagem num dos poucos hotéis localizados no centrinho da cidade. Um detalhe, para surpreza de muita gente, nesse hotel até o humorista Dedé Santana, ex-trapalhões, já se hospedou. Tínhamos dois objetivos na cidade: Ver o Itaimbezinho pelo alto e, no dia seguinte, vê-lo por baixo. Sem perder tempo subimos de automóvel a infeliz estrada de pedras da Serra do Faxinal, em direção ao alto do Canyon. Vou contar para vocês, só subo essa serra novamente se ela for asfaltada, pois andar 23 quilômetros na velocidade de 22 km/hr é de danificar qualquer veículo e irritar até quem mora em Minas Gerais. A vista da Faxinal é bonita e invejável, mas a estrada é horrível (imagem ao lado esquerdo), e nos obrigou a trafegar muito devagar. Ainda bem que não choveu, o que foi meu maior medo. Após esse percurso adentramos no alto do Parque Nacional Aparados da Serra, que fica situado em território gaúcho. Pagamos um ingresso de R$ 11,00, o que vale a pena para ver o Itaimbezinho. Apesar da enorme visitação de turistas de diversos estados brasileiros, o parque é muito abandonado. Não há informações nas trilhas e nem seguranças, guias, lanchonetes para transmitir alguma informação. Os mirantes de madeira estão podres e deviam estar interditados. Uma pena esse abandono. Da entrada do parque até o fim do Itaimbezinho é preciso caminhar por uns 45 minutos. Sem problemas, mas bem que podia ter uma condução, mesmo que paga, ou um serviço de aluguel de bicicletas. Pode parecer frescalhação da minha parte, mas presenciei pelo menos duas cobras no percurso que poderiam ferir alguém, e um terceira que passou sobre os pés de uma visitante. Sem falar que pessoas com algumas deficiências físicas também desfrutariam a beleza dessa obra da natureza, como eu tive a oportunidade, (ver imagem ao lado e abaixo). Concretizando o primeiro objetivo, sem alternativas, retornamos para o hotel pela mesma Serra do Faxinal. Estávamos o dia todo só comendo biscoitos e se hidratando com água. Precisávamos nos alimentar bem, pois no dia seguinte, seria bem mais complicado. A dona do Hotel, nos indicou um bom lugar para jantarmos um bom churrasco. Foi a salvação, pois na cidade raríssimos estabelecimentos estavam abertos nesse feriado, entre eles postos de combustível. Depois de vermos o Itaimbezinho pelo alto, o próximo desafio era visualizarmos ele por baixo. Para isso eu e dezenas de turistas nos inscrevemos numa trilha que durou quase oito horas. Até então, participei de algumas pequenas trilhas como da Lagoinha do Leste, na Armação do Pântano do Sul, na ilha de Santa Catarina. Mas nada comparada a essa, chamada de “A trilha do Rio do boi”, que vou contar a partir de agora. Esse Rio contorna todo Itaimbezinho por baixo. Para se ter uma idéia, o que fizemos, no dia anterior pelo alto, teríamos que fazer por baixo. Porém, os obstáculos são bem perigosos, entre eles: a longa caminhada, as pedras nas trilhas, o desconhecimento da profundidade do rio, a fortíssima correnteza das águas, riscos de deslizamentos em alguns pontos da mata fechada, e animais como cobras venenosas. Para segurança de todos que visitam a parte de baixo do parque, é obrigatório a presença de um guia, e disso não abrimos mão. A trilha começou às 10 horas da manhã com uma bela vista das pedras do Rio do Boi. Caminhamos em direção ao "Morro da Mamica", (imagem abaixo) que serviu de orientação para o início de nossa trilha. Desafiamos em atravessar as águas geladas, pelo menos umas 20 vezes, com água até a cintura e com forte correnteza. Honestamente, o Itaimbezinho é muito bonito por baixo, nos dando uma sensação de estar no época selvagem. Durante a trilha, muitos insetos e até cobras apareceram. Mas prefiro falar da beleza do local como as cachoeiras, piscinas naturais de águas cristalinas, e os belos paredões de pedra que sustentam o canyon. A trilha foi concluída no caminho pela mata, onde não foi fácil, por todos já estarem bem cansados. Os escorregões e alguns tombos foram inevitáveis, e a chuva ameaçou cair por uns dois minutos. Nessa parte final, muitas teias de aranhas, e ainda presenciamos alguns deslizamentos de terra. As 18 horas já estávamos de volta ao hotel. Retornei à São José, na manhã de 8 de março, com muitas dores musculares, mas com uma boa impressão da cidade Praia Grande que merece uma atenção maior do Governo do Estado de Santa Catarina. Para mais detalhes da trilha do Rio do Boi, assista as fotos abaixo e o VÍDEO seguir.
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